Waldemar Seyssel se fez artista numa família de artistas, que tinha o pai Ferdinando (palhaço Pinga-Pulha), fundador do Circo Irmãos Seyssel, e os tios Vicente e Henrique (empresários circenses). Nascido em Jaguariaíva (PR) em 31 de dezembro de 1906, Waldemar substituiu o pai no picadeiro como palhaço. Estreou como Arrelia, apelido de infância, em 27 de março de 1927, quando o circo estava em Uberada (MG).
A pedido da mãe, cumpriu o curso de Direito na Faculdade do Largo de São Francisco, das mais tradicionais do país. Ao se formar, colocou o diploma num quadro e nunca mais largou o picadeiro. Entre 1942 e 1952 o Circo Seyssel se manteve no Largo da Pólvora, bairro da Liberdade, na capital paulista. Foi lá que Arrelia consolidou seu palhaço, autor das “comedinhas” que encantaram gerações.
Obrigado a deixar o endereço, a família conseguiu montar o circo no Vale do Anhangabaú, sob o viaduto Santa Ifigênia, onde acabou consumido por um incêndio em 1953. Mas Arrelia, naquela altura, já era bem conhecido por conta de seu programa na TV Record, estreado naquele mesmo ano. Antes, já havia aparecido nas transmissões pioneiras da TV Tupi e na TV Paulista. Esteve na Record até 1974, sempre ao lado do clown Henrique, seu irmão, e depois de Pimentinha, seu sobrinho Walter Seyssel.
Atuou ainda em dez filmes, entre eles O barbeiro que se vira (1958) e Pluft, o fantasminha (1965). Lançou em 1957 a marchinha Como vai? (Manoel Ferreira e Antonio Mojica), gravada com Pimentinha, grande sucesso do carnaval naquele ano. Viveu quase um século, falecendo no Rio de Janeiro em 23 de maio de 2005.
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