Filho de Albano e Joanita Pereira, Alcibíades Pereira tocava piston, era grande acrobata, destacando-se no número de perna de pau no trampolim. Tornou-se palhaço, no tipo clown, o parceiro elegante e inteligente do excêntrico Augusto. Além dos circos de sua família, trabalhou nas companhias Frank Brown, Irmãos Carlo e Fernandes. O Circo Alcibíades, inaugurado em Campinas (SP) em 1917, ficou instalado no Largo do Paissandu de 1925 a 1929, tendo como atração principal a dupla Piolin-Alcibíades, chegando a completar 1000 espetáculos. Nessa época, o Circo Alcibíades contava até com um jornal próprio, chamado “O Heroi”, editado por Francisco Rubens Mira. Venceu o primeiro festival de cômicos “A Tarde da Criança”, realizado no Theatro Municipal de São Paulo, em 1925, ao lado de Puxa-Puxa (Vicente Seyssel). Também fez dupla com o irmão Carlito (João Minhoca), Eduardo Ozon (Fura-Fura-Três-Tempos), Agostinho Aguiar (Camelo) e Florentino Aguiar (Lambança). Casado com Esther Ozon, é pai de Albano Pereira Neto, o palhaço Fuzarca, com quem atuou no filme Coisas Nossas, produzido por Wallace Downey em 1932, considerado o primeiro filme musical brasileiro. O jornalista Afonso Schmidt é autor da crônica Alcebíades, publicada no livro São Paulo de meus amores (1954). O texto narra uma visita inesperada de um nobre senhor que o autor diz reconhecer mas não lembrar de quem se trata: “Era homem de cinquenta anos presumíveis. Cabelo grisalho, aparado, rente. Traje cinzento, de corte elegante, assentando exato sobre o corpo forte, que começava a pender para a gordura. Camisa branca irrepreensível. Parecia ter sido barbeado a poucos minutos. Bengala com castão de ouro. Em toda a sua pessoa, essa perfeita distinção, que, de dia para dia, se torna menos encontradiça. Distinção que a gente ou traz do berço ou nunca chega a aprender.” O mistério se desfaz no final do texto, quando o narrador lê o cartão de visitas do ilustre personagem: Alcebíades Pereira - Palhaço.