A exposição O Circo Modernista foi um marco na história do Centro de Memória do Circo (CMC) e abriu caminhos que fortalecem uma das grandes vocações da instituição: levar exposições sobre o tema circo aos mais diversos lugares, para além da sua sede situada no Largo do Paissandu. Assim, a instituição compartilha o conhecimento que vem produzindo com novos públicos e honra a tradição itinerante do circo. A exposição, produzida em componentes desmontáveis, esteve presente em três centros culturais da cidade de São Paulo ao longo de 2022: Centro Cultural da Juventude, Centro de Formação Cultural Cidade Tiradentes e Centro Cultural Tendal da Lapa. 

O Circo Modernista veio também afirmar a importância do circo nos movimentos de vanguarda, do final do século XIX e início do XX, no ano de 2022, quando se comemorou o centenário da Semana de Arte Moderna. 

A exposição itinerante foi resultado do extenso trabalho voltado para preservação, pesquisa e difusão no acervo do CMC, vem sendo realizada na instituição desde 2018, em parceria com o Sou de Circo. Nas edições mais recentes, o Sou de Circo se debruçou sobre as coleções das famílias Pereira, Pinto, Seyssel e Queirolo. Como resultado, além do tratamento técnico (higienização, acondicionamento, catalogação) e da pesquisa realizada sobre a história das famílias titulares dessas coleções, o trabalho resultou na exposição itinerante; e também na exposição Piolin ─ O Palhaço Modernista, que apresentou trajes originais de Piolin que ficaram em exibição na sede do CMC até janeiro de 2023.

Enquanto a exposição sobre Piolin propulsionou o processo de construção de uma museologia própria para o circo, O Circo Modernista, por meio do trabalho de pesquisa, revelou aspecto interessante do circo brasileiro ainda pouco abordado, que é a existência de verdadeiras dinastias de palhaços na história do nosso circo. 

-Verônica Tamaoki

Publicação relacionada: Catálogo O Circo Modernista (2022)